10 atrás, Ratinho se beneficiou do massacre dos professores e mostrou a que vinha

Exatos dez anos atrás, quando os professores e as professoras do Paraná foram massacrados em praça pública pelo governo de Beto Richa (PSDB), o atual governador do Paraná já estava no Centro Cívico.
Era secretário das Cidades de Beto Richa, e até onde se sabe, não moveu uma palha para evitar o bombardeiro de gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes.
Ratinho ainda não tinha tido a chance de governar: na época, apenas aproveitava a oportunidade que ganhou de Beto Richa para distribuir dinheiro loucamente aos prefeitos, na esperança de suceder o governador.
Poderia ter tido uma postura magnânima e saído do governo depois do massacre.
Preferiu fingir que não era com ele e continuou quietinho no posto cobiçado.
Do ponto de vista dele, deu tudo certo.
Quando Beto caiu em desgraça, fingiu que não tinha nada com aquilo. Se elegeu fazendo pose de renovação e, claro, continuou exatamente com a mesma política do antecessor - os professores, para Ratinho assim como para Beto, são os inimigos a serem combatidos.
No governo, Ratinho faz o que pode para se livrar dos professores.
Trocou-os por PMs aposentados em mais de 200 colégios. Botou gestores terceirizados em mais dezenas de escolas. Na sala de aula, trocou a liberdade de cada educador por plataformas que tentam manter tudo do controle dos tecnocratas.
Ratinho deu apoio ao Escola sem Partido. Confronta os sindicatos. Reduziu carga horária de disciplinas como Filosofia e Sociologia.
Fechou escolas de ensino para jovens e adultos, prejudicou o ensino noturno. E fez todo tipo de gambiarra para ter “o melhor Ideb do país”, que na verdade é só do Ensino Médio.
A postura de Ratinho dez anos atrás deveria ter servido de alerta, mas os sinais foram ignorados.
O resultado é que hoje, dez anos depois das bombas e tiros do 29 de abril, o Paraná tem uma educação precarizada e uma categoria que o governo tenta ignorar solenemente.
Um modelo que Ratinho conseguiu exportar para São Paulo e que agora pretende levar para uma possível campanha à Presidência. Seria prudente não ignorá-lo novamente.
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