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Maringá,29/04/2025

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Segurança acusado de matar homem em boate foi colocado em liberdade

PLANTÃOLOCAL/
Segurança acusado de matar homem em boate foi colocado em liberdade Reprodução -Policia Civil

Fanuel de Oliveira, segurança acusado de matar Denis Alberto Leite, de 38 anos, durante uma confusão em uma casa noturna de Maringá, foi colocado em liberdade na última sexta-feira (25), por decisão da Justiça. Ele estava preso desde o dia do crime, 6 de Abril. Segundo a defesa, o disparo que matou Denis teria sido acidental. Em depoimento, Fanuel afirmou que, ao tentar conter a vítima com um golpe de coronha, a arma disparou de forma involuntária, atingindo Denis pelas costas. Câmeras de segurança do local corroboraram a versão apresentada pelo acusado.

Durante o inquérito, novas testemunhas foram ouvidas, o que, segundo o advogado de defesa, Paulo Gouveia, alterou substancialmente o entendimento dos fatos. “Houve uma mudança drástica na versão de como os fatos aconteceram”, declarou. Com base nos novos depoimentos e nas imagens de segurança, a defesa solicitou a revogação da prisão preventiva. O pedido foi aceito pela juíza responsável pelo caso.

A família da vítima, no entanto, se manifestou contra a decisão. “Entendemos a soltura como uma medida precipitada em um caso de homicídio qualificado e com consumo — ou seja, um crime hediondo”, afirmou José Carlos Ragiotto, advogado da família e assistente de acusação. O inquérito foi concluído e encaminhado ao Judiciário, que dará continuidade ao processo com as audiências de instrução.

Editorial | Quando a Justiça parece falhar com quem perdeu a vida

A soltura de Fanuel de Oliveira, segurança acusado de matar Denis Alberto Leite, de 38 anos, em uma casa noturna de Maringá, escancara mais uma vez a distância entre o que a Justiça garante aos acusados e o que nega às vítimas. Preso desde o acontecimento, Fanuel alegou que o disparo foi acidental — uma tentativa de conter a vítima com uma coronhada que teria, de maneira quase inexplicável, resultado em um tiro fatal nas costas de Denis. A Justiça acatou essa versão, amparada por novas testemunhas e imagens de câmeras de segurança, e concedeu a liberdade ao acusado.

Mas algumas perguntas permanecem no ar e não foram suficientemente respondidas:

  • Fanuel tinha porte de arma??
  • Como se explica um disparo fatal enquanto se tenta apenas golpear alguém com a coronha?
  • Que tipo de treinamento ou preparo ele possuía para portar uma arma??

Apesar de a lei brasileira garantir o princípio da presunção de inocência — e a prisão preventiva ser uma medida excepcional —, na prática, muitos casos envolvendo homicídios, mesmo com evidências fortes, resultam em solturas que geram revolta nas famílias das vítimas e na sociedade. Decisões como esta, embora juridicamente embasadas, reforçam a sensação de impunidade e a ideia de que a Justiça é mais ágil na proteção dos acusados do que na garantia de justiça plena para quem perdeu a vida.

A decisão de libertá-lo, enquanto a família da vítima ainda enterra sua dor e clama por Justiça, soa como um novo golpe — agora não físico, mas moral. 

Não é a primeira vez que a Justiça age de forma branda diante de crimes brutais.

Em nome da presunção de inocência, muitos acusados de homicídio conseguem responder em liberdade, enquanto as famílias das vítimas ficam condenadas à ausência, ao luto e à sensação de abandono. Quando vidas são ceifadas de forma tão violenta, é inadmissível que a resposta do sistema seja tratada com tanta leniência. Soltar um acusado de homicídio qualificado antes do julgamento é enviar um recado perigoso: que, em certos casos, a vida perdida pesa menos do que o conforto do réu. A sociedade, cansada de ver portas abertas para quem deveria estar respondendo com rigor, assiste mais uma vez à Justiça ser célere em libertar, mas lenta em punir. Que o processo judicial, agora em andamento, tenha a coragem de fazer o que precisa ser feito: ir além de versões convenientes e entregar uma resposta à altura da gravidade do crime. Porque Justiça que falha com quem perde a vida, falha com todos nós.




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